quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Entrevista - Simone Simons


(Entrevistador: Leonor Ananké): "Requiem for the Indifferent", o fim de uma era para a banda?
Simone: É mais sobre os males vigentes da vida atualmente; corrupção, política, religião, desastres naturais, e que todos vamos estar envolvidos em fazer uma mudança. Somos conscientes do que está acontecendo, e as pessoas que não se importam, as pessoas que não querem ter suas vozes ouvidas, que têm medo dos ditadores ou dos políticos, precisamos nos levantar e fazer essa mudança. Essa é a ideia. O mundo não vai acabar e o Epica ainda vai fazer mais álbuns. Você foi a primeira a perguntar isso, por isso eu pensei "o fim do progresso do Epica? Huh?!" Não é isso, absolutamente, não.

Sascha Paeth de novo, seu produtor de longa data.
Sim, nos o conhecemos desde o começo, desde que eu tinha 17 anos até agora - eu o conheço há 10 anos. Nos trabalhamos juntos intensivamente, então conhecemos um ao outro muito bem, e sabemos como fazer virar uma boa produção no final. E sempre nos sentimos familiarizados quando voltamos lá, quando conversamos sobre o que fizemos no passado, temos muitas anedotas que compartilhamos de vez em quando. Ele não é só o produtor, ele também está envolvido enquanto estamos compondo; quando estamos terminando as faixas demo, ele está envolvido na mudança de algumas linhas vocais, em nos dizer sua opinião a respeito das músicas, se ainda podemos melhorá-las. Então ele faz um grande trabalho, uma grande parte no Epica.

A definição do som ideal para o Epica.
Épico! Não... É metal muito dinâmico, sinfônico, complexo, cativante e pesado.

Experimentação de novos arranjos.
Nós trabalhamos com Michael Rodenberg -- Miro. Ele é quem está pegando os arranjos que nós fazemos, como a orquestração, que são samples (amostra de como deve soar, gravada em algum suporte para, posteriormente, ser gravada pelos instrumentos), e ele melhora fazendo samples de maior nível e também muda algumas melodias que nós o permitimos a talvez deixá-las ainda mais bonitas. Então, na questão do trabalho, das gravações, da instrumentação, nada mudou - continua a rotina, como sempre fazemos.

As novas variações no seu alcance vocal.
Em certas músicas, você tem que tentar colocar melodias que encaixam. No começo do Epica, eu não era tão flexível, porque minha voz não era boa ainda, eu ainda era muito nova, inexperiente... e, muitos anos depois, muitas aulas de canto depois, com muito mais experiência, você tem mais opções quando quer criar linhas vocais para as músicas. E essa coisa do "collides", eu estava seguindo as notas e eu desci nessa parte, eu pensei "UAU"! Eu não sabia que pudesse fazer aquilo. Mas esse é realmente o mais grave que eu posso chegar, e no estúdio dá pra pegar perfeitamente porque temos um microfone muito sensível que capta o menor *suspiro*, sabe? Dá pra ouvir tudo.
E quando continua, eu não faço mais isso, eu subo uma oitava, porque basicamente não é o meu alcance. Mas os garotos gostaram e disseram que seria melhor deixar, então eu disse "Okay, certo! Eu soo como um cara"! Eu gosto de experimentar, porque minha voz está mais forte agora, eu tenho a liberdade de fazer isso.

O Epica é uma conquista pessoal?
Bom, nos viajamos o mundo inteiro, nós temos CDs que vendem muito bem, e isso não é um hobby, é o meu trabalho. Então eu acho que podemos dizer que estamos indo bem.

O público votando para o seu próximo setlist...
A ideia é provavelmente do Mark porque ele é o mister Facebook, ele está no Facebook o tempo todo, ele interage com os fãs e realmente queria saber quais músicas eles gostariam de ouvir ao vivo. Nós gostamos de tocar certas músicas ao vivo, mas isso é feito para os fãs, então eles também poderiam dizer o que eles gostariam que tocássemos. Dessa forma, nós fizemos essas votações... nós também perguntamos que bandas de abertura eles queriam que tocassem conosco.
Todos estão na internet atualmente, e o Facebook é uma ótima plataforma para se manter em contato com os fãs, assim como o Twitter, YouTube... é tudo digital.

E os resultados da votação?
Eu não sei. Não chequei porque eu não sou mister Facebook. Quero dizer, eu não entro tanto assim no Facebook. Algumas bandas foram bem populares, mas o problema é que muita gente podia adicionar outras bandas, então não era uma votação fixa, as pessoas iam adicionando opções. Por isso os votos foram pra bandas desconhecidas. Eu acho que até o Nightwish estava lá, mas não para nos dar suporte, é claro, mas para fazer a turnê juntos. Nós seríamos o suporte pro Nightwish. Mas no momento estamos trabalhando com duas bandas... Nós tivemos muitas opções de bandas para ser nossa abertura, mas o problema é que todos se planejam turnês para longos prazos, então você não pode dar uma data fixa de quando vai ser feito, nem pode dizer a essas bandas: "Vocês são uma opção, por favor, mantenha a agenda livre" e aí, no fim, não dá certo. Eles têm o tempo deles também. Mas nós encontramos duas bandas de suporte, que anunciaremos em breve.

Um álbum menos sombrio. O Epica está se afastando do extremo?
Esse álbum ainda é pesado, mas, na minha opinião, tem um pouco de influência do pop, especialmente nos vocais, as estrofes são bem fáceis de ouvir. Mas nós mantivemos as músicas longas e complexas, que já tínhamos, por exemplo, Kingdom of Heaven, Design Your Universe... mas, neste álbum, há menos sinfonia épicas, como tivemos no Design Your Universe, e tem mais divisões ao longo do álbum. Eu sinto esse álbum mais melancólico, ele parece mesmo um pouco depressivo. E o Isaac, que você talvez possa ouvir ao fundo, escreveu algumas músicas desta vez que tem um pouco de diferença no estilo. Então, isso contribuiu, também, para a forma em que o Requiem for the Indifferent se encontra. No Design Your Universe, ele chegou na banda quando as músicas já estavam escritas. E esse álbum, eu acho, tem um sentimento diferente do Design Your Universe, porque escrever o mesmo álbum não faz sentido algum; e é uma evolução natural - você tem sua criatividade, então começa a compor músicas, e é daí que tudo vem.

Um comentário:

  1. "E essa coisa do "collides""... Se referindo a Delirium *-*
    É de arrepiar mesmo com os graves! eeeeeeeeeeeeita Simone Perfeita! *--*
    Hahahhahahah

    Jeff/

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